Escrevo sobre as ruas enlamaçadas
que escondem os versos
que ali enterrei,
escrevo sobre este tempo imprevisto
e soturno
que me serve de lar,
recito as notas e cantos,
me curvo ante as semanas,
me ilumino perto das vigas
que erguem pontes e derrubam
corpos,
escrevo sobre as igrejas,
vazias e alagadas,
que sepultam a fé,
escrevo sobre as varandas,
que se banham de folhas,
deste outono pungente,
ouço a brisa que corta
as árvores,
a sinfonia silvestre que exala
dos campos,
a mágica serena que rodeia
o luar,
e me calo,
perante os faróis
que derramam ruídos
sobre a velha cidade.
2007-09-10
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2 comentários:
Que bom ler o poeta de volta...
Abs
Rabuja
Gostei das imagens. Abração
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