2009-10-05

Adaga de Papel

Não te abales minha amada,
é só a chuva: já passa.
Pior do que ela,
são os trovões.

Não fujas ainda, minha amada.
São só as vozes da mascarada
noite: já se calam.

E ainda virão as mariposas,
são elas quem devemos temer.

Não escondas teu rosto.
A adaga que guardo cá comigo é de papel,
além disso, há soldados inermes por toda a parte.

Mas não tente ouvi-los: a ira os emudecem.

Do que tens medo?
Se após a tormenta que insiste em perseguir-nos
e da calmaria que teima em atrasar,
não conseguirmos chegar à celeste ágape,
aguardemos silenciosamente pelo retorno de nossos
guardiões.

Por enquanto,
cinzas.

2 comentários:

Fabio Rocha disse...

As mariposas não são um bom sinal...

Anônimo disse...

Quanto lirismo...gostei!beijos