2006-06-04

Laura levantou cedo, às 7 da manhã. Mas não queria levantar-se.Em seguida tomou o banho que não queria tomar,comeu o pão que não queria comer e botou a roupa que não queria vestir. Laura foi ao trabalho, mesmo sem querer trabalhar. Falou com todos com quem não queria falar e foi para o escritório onde não queria estar. Mais tarde saiu com Júlio (um colega de trabalho) sem querer sair, transou com ele mesmo sem querer transar e foi embora. Assim era a vida de Laura. Uma eterna rotina; não fazia nada do que tinha vontade e se conformava com suas obrigações. Um dia Laura quis chorar. E chorou. Ela não pôde acreditar, finalmente fez algo por pura vontade. A partir daí, Laura começou a fazer tudo aquilo que viesse à sua cabeça.Saía quando queria,comia o que quisesse e falava com quem tivesse vontade.Laura se libertou das algemas da sociedade. Um dia Laura quis morrer.Mas não conseguiu.Não o fez por falta de vontade,mas por pura falta de coragem.Mesmo assim não se conformou,se sentiu uma covarde; porque se não tinha forças nem para morrer,não teria condições de realizar nada de interessante.Afinal o que é mais fácil do que dar fim à própria vida? Assim pensava Laura. No dia seguinte Laura voltou à velha vida medíocre que levava anteriormente.
Retornava assim à velha rotina. ***Às vezes, por questão de sobrevivência ou obrigação, muitas pessoas se vêem presas a uma incessante rotina. Não podem fazer o que desejam. É notório afirmar que apesar de tal fato ter sido abordado com certo exagero no conto acima, acontece comumente. Muitos vivem presos a uma rotina e pouco, ou nada fazem para evitar.O irônico disso tudo é que o único momento em que nada podemos fazer para evitar um fato, é o da morte.A morte é a obrigação de todos nós.Algumas pessoas são tão orgulhosas que,inclusive, fazem questão de,mesmo nessa hora,fazer a sua escolha.A estes damos o nome de suicidas.
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Iuri