2007-04-21

Poltrona 45

Sejamos breves, neste tempo que não nos resta e nestes dias que não são nossos, vamos tentar fazer de nosso encontro uma mera casualidade romântica, bobo assim mesmo, sem pestanejar muito, sem dramas insólitos ou discussões bestas...é assim:
eu gosto de você e pronto, tá?

Eu poderia lhe dizer que você fala demais sobre o tempo, mas nós conversamos tão pouco sobre isso, eu prefiro escolher pelo que fica nas entrelinhas, embora nem sempre eu confie no que sinto.É que às vezes é mais fácil sorrir quando se fecha os olhos, fingir que não há medo para as respostas que buscamos às nossas perguntas, contentar-se com o que nos é dado.
Eu venho tendo uma certa dificuldade em lhe dizer muito do que eu realmente gostaria, me falta ar pra concretizar alguns planos, mas há um pingo de orgulho nisso também, uma vontade implícita de ter meu olhar decifrado, meu desejo descoberto, e eu às vezes
acho que você nem se importa, mas não foi mesmo isso que eu ouvi?
Talvez a dor tenha passado, e eu sei que vou rir disso tudo algum dia, mas por ora eu quero me sentar em meu sofá, ler o livro que você me emprestou, tomar minha Coca e acreditar que vale a pena investir nessa ilusão.Me deixa viver essa mentira, imaginar dias que não chegarão,inventar sentimentos; eu mereço uma resposta na forma de abraço, mereço essa tua revolta pueril que tanto me diverte, e eu sei que escrevo sabendo que não faço o meu melhor, e nem isso me importa mais, desde que eu lhe tenha ao meu lado, balbuciando bobeiras sensatas em meus ouvidos, cantando ebriamente essas músicas estranhas que nós tanto escutamos.

Você é só uma menina, e no entanto carrega o peso do mundo nas tuas costas, eu quero cuidar dessa dor, compartilhar contigo dessa atroz agonia, sem me importar em estar sem rumo, sem me esquecer do teu sorriso angustiante, e estar aliviado por saber que tudo podia ter sido apenas um mero engano, quando na verdade, eu estive ao seu lado todas as vezes em que você tentou em vão, fugir de mim.

Não é preciso chorar,
eu te espero mais uma vez.

2 comentários:

Tainá disse...

iuri,
que coisa mais bonita.
depois de um tempo longe, delícia me deparar com essas palavrinhas tuas, simplícimas, mas extremamente sinceras. e haja poesia!

um cheiro saudoso nesse coração, moço.

tainá

Anônimo disse...

esperar é a epítome do amor.

cuidar então... nem se fala.